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O Escravismo Negro, um olhar histórico.

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Quando ouvimos falar sobre escravidão no Brasil geralmente o que temos são uma sopa de estereótipos sobre a vida do negro escravo, mas, um fato curioso e muito interessante poucas vezes anunciado, é que a historiografia brasileira ( independente das posições e esquemas ideológicos, demonstra uma outra realidade, uma dessas realidades, é a vida de um escravo no Brasil, de preferência o urbano, ou escravo ganhador ou de ganho, marcado pela presença baiana ( necessáriamente soteropolitana, e carioca ). Contudo, nos últimos anos, muitos estudos tem demonstrado que a escravidão ( principalmente esse estilo de escravismo) estaria costurando uma série de elementos que configuram um ponto de vista muito mais complexo e nada efêmero para as circunstâncias sociais da escravidão nos seus últimos séculos. No caso da escravidão urbana, ao que tudo indica, já seria uma espécie de  articulação interna e metamórfica capitalista. Na escravidão urbana, no caso do ganho as chances de o escravo superar su

Edson Carneiro , e a " ideologia quilombista"

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No âmbito antropológico, histórico não a ninguém melhor que Edison Carneiro para nos proporcionar um entendimento mais adequado do que fora os Quilombos no Brasil, Edison foi sem dúvida um pesquisador genial, com olhar técnico e pragmático, soube extrair exegeses e informações importantes no que tange a vida do negro no Brasil e claro, a vida nos Quilombos. Pois bem, o que pretendo aqui é demonstrar como um pesquisador sério pode trazer uma série de objeções as fictícias elucubrações ideológicas da turma que acredita enxergar a história através de  maniqueísmos toscos, e sem ao menos refletir as milhares de circunstâncias que a própria história pode nos proporcionar.  Como Carneiro explica, os quilombos, foram - para usar a expressão etnologica muito utilizada, um fenômeno contra-aculturativo, de rebeldia contra os padrões de vida impostos pela sociedade formal, estabelecida e de restauração dos valores amigos. Carneiro deixa claro que dentro dos quilombolas existiam uma certa reciproc

Luís Câmara Cascudo, Uma erudição Peculiar....

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  Um dos maiores antropólogos brasileiros, cascudo era de uma erudição extraordinária. E tornou-se um dos principais folcloristas e pesquisadores das raízes étnicas do país, sendo autor de uma vasta literatura sobre o assunto. Compilou um copioso acervo de músicas e lendas folclóricas e populares. Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:  "Queria saber a história de todas as coisas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço." Por sua vez, e com  um foco em dois polos principais: o modernismo brasileiro e a tradição conservadora do regionalismo. Seu discurso, em resumo é construído numa ótica nacionalista, sem cair nos estereótipos. Era sensível a algumas das demandas do modern

O "Lebensraum" o espaço vital nacional.

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  No capitulo 6; precisamente na pagina 119 de seu livro, (O QUINTO MOVIMENTO), o ministro aldo rebelo, narra a quarta marcha para o Oeste, essa seria a outra grande fronteira do crescimento do Brasil com a missão de integrar a economia do País, principalmente as fronteiras mineral e agropecuária com a Ásia, via os portos do Pacífico no Chile e no Peru, através de uma rede de ferrovias, rodovias e hidrovias há muito planejadas e nunca implantadas. Esta quarta marcha sucederia as três anteriores.  Como diz o ministro, a primeira, encetada pelos bandeirantes nos séculos XVI e XVII, deixou uma herança,  o território continental demarcado no Tratado de Madri, preservado até hoje. Por sua vez, no final do século XIX, com o ciclo da borracha e os sertanejos nordestinos que dela participaram impediram um enclave norte-americano em pleno coração da Amazônia, no atual estado do Acre, conquistado por eles e incorporado ao Brasil, essa sendo a segunda marcha.  A terceira e uma das mais im

Uma Economia Nacional: Indústria de transformação e combustíveis.

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Porque precisamos voltar a industrialização ? essa pergunta, é simples. Embora em certos casos (como no Brasil) iniciou-se com a implantação da indústria leve (produtos alimentícios e têxteis), o processo de industrialização aqui ou em qualquer lugar do mundo,  caracterizava-se pela formação de um núcleo de indústria pesada, produtora de matérias-primas básicas/máquinas-ferramentas (indústrias de base) e uma alimentadora de todo o parque industrial. Esse processo de industrialização,  corresponde a um intenso desenvolvimento urbano (urbanização), alem de um intenso setor de serviços, que particularmente, vai esta relacionado com as atividades comerciais e financeiras. Nesse interim, a existência de um mercado interno e capitais que possam ser disponíveis para serem investidos nas atividades industriais, teriam urgido no Brasil ainda em meados do século XIX,  por sua vez, quando se implantaram as primeiras indústrias pesadas no pais, e todo esse processo só se intensicou durante a Segun

Breve excerto ao pensamento republicano brasileiro

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Este artigo visa elucubrar de maneira sucinta o pensamento político republicano, em especial o Castilhismo, que historicamente percorreu todo o período pós-império da história do Brasil, possuindo mais de 100 anos de história, prática política e contribuição às hostes do governo no que tange a racionalização na gestão e também no espírito público, virtudes estas notadas até os dias atuais, como no direito tributário ou mesmo nas relações trabalhistas que, a despeito, estão sendo vilipendiadas e mal utilizadas por estas gerações de homens públicos. Sem embargo, esta peça não pensa findar as explicações dos diversos fatores que possam pulular ante a filosofia de Castilhos, trazendo de maneira sintética uma introdução principalmente ao animus do Patriarca e de outros, acerca desta produção que, acima de qualquer alucinação teórica, é uma concepção de Estado que se fundou em meio a própria práxis, mediante governos como o do Floriano Peixoto, do governo do Rio Grande do Sul, e do período