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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

O Escravismo Negro, um olhar histórico.

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Quando ouvimos falar sobre escravidão no Brasil geralmente o que temos são uma sopa de estereótipos sobre a vida do negro escravo, mas, um fato curioso e muito interessante poucas vezes anunciado, é que a historiografia brasileira ( independente das posições e esquemas ideológicos, demonstra uma outra realidade, uma dessas realidades, é a vida de um escravo no Brasil, de preferência o urbano, ou escravo ganhador ou de ganho, marcado pela presença baiana ( necessáriamente soteropolitana, e carioca ). Contudo, nos últimos anos, muitos estudos tem demonstrado que a escravidão ( principalmente esse estilo de escravismo) estaria costurando uma série de elementos que configuram um ponto de vista muito mais complexo e nada efêmero para as circunstâncias sociais da escravidão nos seus últimos séculos. No caso da escravidão urbana, ao que tudo indica, já seria uma espécie de  articulação interna e metamórfica capitalista. Na escravidão urbana, no caso do ganho as chances de o escravo superar su

Edson Carneiro , e a " ideologia quilombista"

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No âmbito antropológico, histórico não a ninguém melhor que Edison Carneiro para nos proporcionar um entendimento mais adequado do que fora os Quilombos no Brasil, Edison foi sem dúvida um pesquisador genial, com olhar técnico e pragmático, soube extrair exegeses e informações importantes no que tange a vida do negro no Brasil e claro, a vida nos Quilombos. Pois bem, o que pretendo aqui é demonstrar como um pesquisador sério pode trazer uma série de objeções as fictícias elucubrações ideológicas da turma que acredita enxergar a história através de  maniqueísmos toscos, e sem ao menos refletir as milhares de circunstâncias que a própria história pode nos proporcionar.  Como Carneiro explica, os quilombos, foram - para usar a expressão etnologica muito utilizada, um fenômeno contra-aculturativo, de rebeldia contra os padrões de vida impostos pela sociedade formal, estabelecida e de restauração dos valores amigos. Carneiro deixa claro que dentro dos quilombolas existiam uma certa reciproc

Luís Câmara Cascudo, Uma erudição Peculiar....

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  Um dos maiores antropólogos brasileiros, cascudo era de uma erudição extraordinária. E tornou-se um dos principais folcloristas e pesquisadores das raízes étnicas do país, sendo autor de uma vasta literatura sobre o assunto. Compilou um copioso acervo de músicas e lendas folclóricas e populares. Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:  "Queria saber a história de todas as coisas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço." Por sua vez, e com  um foco em dois polos principais: o modernismo brasileiro e a tradição conservadora do regionalismo. Seu discurso, em resumo é construído numa ótica nacionalista, sem cair nos estereótipos. Era sensível a algumas das demandas do modern