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Oswald Spengler, O homem e a técnica.

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Em 1931, Oswald Spengler com toda sua genialidade diagnosticou como um grande visionário intelectual, não só a queda do ocidente, mas pelos meios ou causas existentes para a queda, uma delas foi escrita em seu livro clássico ( O homem e a técnica). Segundo ele,  a mecanização do mundo entrou numa fase de hipertensão altamente perigosa. A imagem da terra, com toda sua fauna e flora e homens, se modificou. Dentro de alguns decênios haverão desaparecido as grandes selvas, transformadas em papel de jornal; e se terão produzido mudanças de clima que ameaçarão a agricultura de populações inteiras. As Inumeráveis espécies animais se extinguem quase por completo, as raças humanas inteiras chegaram quase ao ponto de extinção, como os pele-vermelhas da América e os índios da Austrália. Para ele, todas as coisas orgânicas estão sucumbindo à organização Superficial moderna.  "Um mundo artificial está impregnando e envenenando o natural.  A própria Civilização se tornou uma máquina que faz, ou

Gustav Le Bon, a psicologia das Multidões.

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  Um dos maiores intelectuais do século passado, um homen visionário, Le Bon durante as décadas de 1890, voltou-se para a psicologia e sociologia, campos onde lançou seus trabalhos mais bem sucedidos. No seu livro mais famoso ( Psicologia das Multidões) ele partiu de um pressuposto muito interessante. Uma visão de que multidões não são a soma de suas partes singulares, com suas qualidades determinadas, mas,  ele  propunha uma visão em  que dentro de multidões forma-se uma nova entidade psicológica, cujas características ou propriedades são determinadas pelo "Inconsciente coletivo" da multidão.  Le Bon teorizou que a nova entidade, a chamada "multidão psicológica", emerge da incorporação da população reunida, não apenas formando um novo corpo, mas também criando uma "inconsciência" coletiva. Por exemplo , quando um grupo de pessoas se reúne e se aglutina para formar uma multidão, ali existe  uma "influência magnética dada pela multidão" que transm

Como Olavo conseguiu deturpar um conceito gramsciano e moldou a mente de milhares de brasileiros.

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  Não é de hoje que a figura de Olavo de Carvalho vem sendo importante para mudança da mentalidade política no Brasil. Olavo, falecido a pouco tempo, transformou-se em pedra filosofal da classe média brasileira, com uma alta projeção nas mídias alternativas, e com uma série de obras publicadas, Olavo cativou o brasileiro que naquele momento encontrará um terreno fértil para suas teses e elucubrações. bom, esse pequeno artigo não tende a defesa de marxismos, ou esquerdas politicas no brasil, mas simplesmente demonstrar e desconstruir os erros de Olavo, e como Olavo ( consciente ou não) disso criou uma serie de pseudo argumentos que solidificaram uma serie de concepções dentro da formação teórico politica da direita brasileira. Vejamos, em um dos seus livros mais importantes, o Nova Era e a Revolução Cultural Olavo diz;  (A Nova Era e a Revolução Cultural: Capítulo II) Capítulo II STO. ANTONIO GRAMSCI E A SALVAÇÃO DO BRASIL "Para operar essa virada, Gramsci estabeleceu uma distinção

A razão na História, o Slavofilismo, e Putin..

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Os intelectuais Trubetzkoy e Nikolai Berdiaev, grandes nomes do nacionalismo Russo, este ultimo desenvolveu a sofiologia, o conceito  relativo à sabedoria, bem como um conceito teológico referente à sabedoria de Deus. Em (A Europa e a Humanidade)  Trubetzkoy, postula que  Por sua própria natureza, a Eurásia está historicamente destinada a compreender uma única entidade estatal.  Trubetzkoy  por sua vez, nega qualquer substância política significativa às relações entre os estados europeus. Ele entendia que  eles formam uma única entidade política, porém subdividida  culturalmente  , impulsionada pelo chauvinismo pan-europeu, além de constituído por uma combinação de interesses próprios e uma missão europeia de civilizar.. A posição de Trubetzkoy  nesse caso, é que a única alternativa viável tanto para a Europa quanto para a "humanidade" seria uma entidade intermediária, semelhante à Europa em sua diversidade cultural inerente, mas diferente no que a faz se unir politicamente. 

O Escravismo Negro, um olhar histórico.

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Quando ouvimos falar sobre escravidão no Brasil geralmente o que temos são uma sopa de estereótipos sobre a vida do negro escravo, mas, um fato curioso e muito interessante poucas vezes anunciado, é que a historiografia brasileira ( independente das posições e esquemas ideológicos, demonstra uma outra realidade, uma dessas realidades, é a vida de um escravo no Brasil, de preferência o urbano, ou escravo ganhador ou de ganho, marcado pela presença baiana ( necessáriamente soteropolitana, e carioca ). Contudo, nos últimos anos, muitos estudos tem demonstrado que a escravidão ( principalmente esse estilo de escravismo) estaria costurando uma série de elementos que configuram um ponto de vista muito mais complexo e nada efêmero para as circunstâncias sociais da escravidão nos seus últimos séculos. No caso da escravidão urbana, ao que tudo indica, já seria uma espécie de  articulação interna e metamórfica capitalista. Na escravidão urbana, no caso do ganho as chances de o escravo superar su

Edson Carneiro , e a " ideologia quilombista"

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No âmbito antropológico, histórico não a ninguém melhor que Edison Carneiro para nos proporcionar um entendimento mais adequado do que fora os Quilombos no Brasil, Edison foi sem dúvida um pesquisador genial, com olhar técnico e pragmático, soube extrair exegeses e informações importantes no que tange a vida do negro no Brasil e claro, a vida nos Quilombos. Pois bem, o que pretendo aqui é demonstrar como um pesquisador sério pode trazer uma série de objeções as fictícias elucubrações ideológicas da turma que acredita enxergar a história através de  maniqueísmos toscos, e sem ao menos refletir as milhares de circunstâncias que a própria história pode nos proporcionar.  Como Carneiro explica, os quilombos, foram - para usar a expressão etnologica muito utilizada, um fenômeno contra-aculturativo, de rebeldia contra os padrões de vida impostos pela sociedade formal, estabelecida e de restauração dos valores amigos. Carneiro deixa claro que dentro dos quilombolas existiam uma certa reciproc

Luís Câmara Cascudo, Uma erudição Peculiar....

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  Um dos maiores antropólogos brasileiros, cascudo era de uma erudição extraordinária. E tornou-se um dos principais folcloristas e pesquisadores das raízes étnicas do país, sendo autor de uma vasta literatura sobre o assunto. Compilou um copioso acervo de músicas e lendas folclóricas e populares. Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:  "Queria saber a história de todas as coisas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço." Por sua vez, e com  um foco em dois polos principais: o modernismo brasileiro e a tradição conservadora do regionalismo. Seu discurso, em resumo é construído numa ótica nacionalista, sem cair nos estereótipos. Era sensível a algumas das demandas do modern