A razão na História, o Slavofilismo, e Putin..
Os intelectuais Trubetzkoy e Nikolai Berdiaev, grandes nomes do nacionalismo Russo, este ultimo desenvolveu a sofiologia, o conceito relativo à sabedoria, bem como um conceito teológico referente à sabedoria de Deus.
Em (A Europa e a Humanidade) Trubetzkoy, postula que Por sua própria natureza, a Eurásia está historicamente destinada a compreender uma única entidade estatal.
Trubetzkoy por sua vez, nega qualquer substância política significativa às relações entre os estados europeus. Ele entendia que eles formam uma única entidade política, porém subdividida culturalmente , impulsionada pelo chauvinismo pan-europeu, além de constituído por uma combinação de interesses próprios e uma missão europeia de civilizar..
A posição de Trubetzkoy nesse caso, é que a única alternativa viável tanto para a Europa quanto para a "humanidade" seria uma entidade intermediária, semelhante à Europa em sua diversidade cultural inerente, mas diferente no que a faz se unir politicamente. Segundo Trubetzkoy, o nacionalismo pan-eurasiano, está enraizado em dois níveis diferentes, o territorial/ ontologista e o metafísico , ignorando assim de maneira deliberada qualquer estrutura formal.
Aqui dentro de uma acepção Schmittiana, podemos compreender esses elementos partindo do pressuposto que um Nomos, que no direito mítico, a terra é denominada mãe do direito, onde as relações jurídicas entre Estados se estabelece através da tomada e disputa pela terra, sendo um conceito anterior nesse caso ao formalismo e ao Normativismo do Direito Privado e também do Direito Público, uma estrutura predeterminada a priori, daí o caráter Ontologista de tal concepção.
Mas, o ponto fulcral da história política se estabelecem em alguns fatores importantes no próprio curso da história. Um é a preservação de um povo, no Estado, das esferas ordenadas da vida. Isso é atividade dos indivíduos que participam do esforço comum, ajudando em suas manifestações singulares, essa é a preservação da vida ética, prática.
A história do mundo, o Espírito do Mundo, continua em seu rumo. Como todo Hegeliano, ficamos preocupados com o desenvolvimento do Espírito, com o seu avanço e a sua ascensão a um conceito sempre mais elevado de si, em auto-expansão.
Mas, devemos nos atentar, na entrada dos grandes indivíduos históricos, esses senhores são fundamentais para mobilidade e a dinâmica do curso universal da história. Em seus objetivos pessoais e particulares, possuem e contêm a vontade essencial do Espírito mundial. Hegel os denomina como “heróis”, diz Hegel;
"Na medida em que não tiraram seu objetivo e sua vocação do rumo calmo e regular das coisas, sancionado pela ordem existente, mas de uma fonte secreta cujo conteúdo ainda está oculto e ainda não veio à luz".
Em outra passagem;
"A fonte de suas ações é o espírito interior, ainda oculto por baixo da superfície, mas já batendo contra o mundo exterior como em uma casca para, afinal, irromper, deixando-a em pedaços, pois é um núcleo diferente daquele que pertence à casca"
Esses "heróis" históricos foram afortunados em ser os agentes de um objetivo que constitui um passo no avanço do Espírito universal, e da própria história universal. Esses homens desejam realizar o seu objetivo e realizavam-no através de seu trabalho árduo, nesss caso no jogo de Xadrez da política.
Esses homens encontram a satisfação ao ocasionar a realização desse objetivo, o objetivo universal. Em seu telos ou em sua teleologia, esse objetivo tão grandioso, determina a mudança constante nas relações humanas, nas instituições políticas, e sócio econômicas da humanidade em um determinado período histórico particular, mas, que como causa eficiente, pode levar a efeitos deliberadamente fundamentais para as condições a posteriori do mundo, Putin nesse caso se configura como um desses homens, Putin torna-se um divisor de águas na multipolaridade político-internacional do mundo.
referências;
A Europa e a Humanidade Trubetzkoy.
A Razão na historia Hegel.
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